Tailândia - Julho 2017 - Rosário Louro

Tailândia - Julho 2017 - Rosário Louro

nada

 

A brincar aos Legos

Domingo, 16 de julho de 2017

 

São cinco da tarde e estou a fazer Legos desde as nove da manhã. Durante oito horas, 45 representantes da TAT de cinco continentes foram desafiados a analisar a estratégia do Turismo da Tailândia para o próximo ano recorrendo apenas a jogos de Lego. Não podia ter sido mais divertido! Fiquei também a perceber que o Lego é atualmente um jogo para adultos, dado que as crianças interessam-se só por brinquedos digitais...

 

As clinicas de turismo na Tailândia mobilizam mais de 1500 pessoas de todo o mundo

Segunda-feira, 17 de julho de 2017

 

Hoje o dia foi todo dedicado à clínica de turismo, no Centro de Congressos de Bangkok. O aspeto é mais ou menos este: os representantes da TAT de todo o mundo reúnem com o setor turístico da Tailândia para darem a conhecer o mercado e o perfil-tipo do turista do seu país e ouvirem o que os hoteleiros (e outros) têm para oferecer.

É uma verdadeira empreitada de workshops, que reúne seguramente mais de mil e quinhentas pessoas. No final do dia estamos todos arrasados e sem voz, mas com a sensação de dever cumprido. Estes encontros são eficazes e geram negócio. E pelo meio fazem-se sempre amigos novos.

 

A minha aventura na Tailândia continua!

Terça-feira, 1 de julho de 2017

 

Hoje passámos o dia em Lamphun, na região Norte, perto de Chiang Mai. Dedicámos o tempo a visitar templos com histórias de contos de fadas e comunidades locais onde fizemos vários workshops de artesanato.

A cereja no topo do bolo foram as duas refeições em restaurantes locais. A gastronomia do Norte da Tailândia é de tal forma divinal que até se aguenta bem o picante. Quanto mais tempo ando nisto, mais certa estou que este povo recebeu algum privilégio divino que o faz ser melhor do que qualquer outro. Somos sempre recebidos com um calor humano e um sorriso tão genuínos que chega a ser comovente. A vontade que os tailandeses têm de servir bem e proporcionar felicidade aos que se cruzam com eles acaba também por nos contagiar e fazer de nós pessoas melhores.

 

Curiosidades em Mandalay

Quinta-feira, 20 de julho de 2017

 

Estou agora em Mandalay, Myanmar (antiga Birmânia) e vou precisar de algum tempo para processar tudo o que tenho visto.

Hoje começo por vos apresentar o Chen, o nosso adorável guia local, que nos explicou que por aqui não há apelidos. Quando as crianças nascem, as mães levam-nas a um astrólogo ou a um monge que lhes escolhe o nome. Aparentemente, o dia da semana, o mês, o ano e o contexto familiar são decisivos para a escolha de um nome que traga boas energias e felicidade. No caso do Chen, a astróloga deve ter acertado em cheio porque ele é o retrato da serenidade e felicidade.

Outra curiosidade: homens e mulheres usam o mesmo modelo de saias, embora apertadas de forma diferente. Segundo percebi, este modelo facilita os banhos no Rio porque permite ir levantando a saia à medida que se entra na água, enrolando-a na cabeça enquanto o banho decorre. No final a saia serve de toalha e volta a ser colocada na versão inicial. Já comprei uma! Isto foi só um aperitivo. Amanhã conto mais.

 

A higiene do Buda do Mosteiro Mahayatmuni... Se não visse, não acreditava!

Sexta-feira, 21 de julho de 2017

 

Em Myanmar, domina a cultura budista. Toda a sociedade vive envolvida na religião.

Logo no primeiro dia fomos desafiados a visitar o Mosteiro Mahayatmuni para assistirmos ao ritual de higiene do Buda. Este Mosteiro tem a única imagem do Buda, produzida durante o seu tempo de vida, e os locais acreditam que a alma do Buda incorporou aquela estátua. Há cerca de 70 anos, o monge responsável pelo Mosteiro concluiu das escrituras que é necessário manter uma higiene diária do rosto e dos dentes do Buda. A partir dessa data, iniciou-se um ritual diário de uma hora que envolve monges, ajudantes, voluntários, muitas flores e uma espécie de água benta que, no final de cada sessão, é distribuída pelos interessados, em pequenos frascos, para levarem para casa e borrifarem a cabeça. Contado assim dá vontade de rir, mas no local percebe-se que, mesmo para os tailandeses, este tema é sério e faz sentido.

Enquanto a cerimónia decorre, as mulheres acompanham com uma ladainha num espaço que lhes é reservado. Os homens podem assistir mais à frente, em primeira fila. Tive que me levantar às três da manhã para assistir a este ritual, que começa religiosamente às quatro em ponto, mas valeu a pena!

 

Hoje visitámos o Mosteiro Mahagandayon, onde vivem mais de 1000 monges

Sábado, 22 de julho de 2017

 

Hoje visitámos o Mosteiro Mahagandayon, onde vivem mais de 1000 monges.

Assistimos à logística do almoço. Impressionante! Uma comunidade de voluntários assegura a preparação da comida, a limpeza e toda a logística. Centenas de crianças do sexo masculino acompanham os monges. As que têm menos de 10 anos vestem-se de branco, as restantes os mesmos trajes dos monges. Faz parte da educação de todos os jovens passarem, nem que seja uma semana, num Mosteiro para receberem a iniciação básica ao Budismo. Durante esse período, os pais são voluntários nas operações de alimentação e limpeza. É uma forma de reconhecimento pela formação que os filhos estão a receber. As únicas atividades dos monges são estudar, ensinar e meditar. Só fazem uma refeição por dia sempre até ao meio dia. Esta foi às 10 da manhã. Numa sociedade tão pobre como esta, ser monge pode ser uma forma de sobrevivência. Senti isso várias vezes ao longo dos dias.

 

 

A história tem-nos demonstrado que a humanidade progride e regride ao longo dos séculos 

Domingo, 23 de julho de 2017

 

Myanmar é um país pobre, sem grandes recursos naturais, que parece ter parado no tempo. Se não fossem as motas, os carros e os telemóveis, estaríamos quase na idade média.

As estradas são uma espécie de estradas, as casas uma espécie de casas, as lojas uma espécie de mercearias que vendem tudo o que se pode imaginar. Os mercados são sujos e desorganizados, as regras de trânsito não existem, o povo apesar, de ser simpático, tem um ar triste e sofrido. No meio deste caos, emergem templos seculares de valor incalculável. Percebe-se que há mil anos a Birmânia era um país culturalmente desenvolvido, com grande influência política e religiosa na região. A história tem-nos demonstrado que a humanidade progride e regride ao longo dos séculos e que a chamada civilização não tem poiso fixo.

E agora, só mesmo para acabar! Em Myanmar há carros com volante à esquerda e à direita. Depende de onde são comprados. Uns vêm do Japão, outros da Tailândia, outros da China, de maneira que há para todos os gostos. Escusado será dizer que têm uma das maiores taxas de sinistralidade do mundo!

 

Rosário Louro